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Se você acompanha o meu canal no YouTube, em setembro de 2017 eu havia publicado um vídeo que explicava o que era um Plano de Negócios, ou Business Plan.

Desde então, muitos pediram para que eu elaborasse um texto ou vídeo mais completo e que descrevesse, passo a passo, como elaborar esse documento.

Por isso, continue lendo este texto e descubra, de maneira bem didática, como montar um plano de negócios em apenas 8 passos. Vem comigo!

O que é um plano de negócios?

O plano de negócios é um documento que descreve, por escrito, os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. 

Isso devido às suas projeções e detalhes que permitem identificar e restringir seus erros no papel antes mesmo de abrir seu negócio. Ou seja, ao invés de cometê-los no mercado e gerando prejuízos com isso, você os corta pela raiz.

Como disse inicialmente, eu fiz há um bom tempo um vídeo com esse tema e também um texto no blog, que eu recomendo a leitura caso queira se aprofundar mais sobre os objetivos do plano de negócios.

Por que o plano de negócio é importante para minha empresa?

O plano de negócios é importante tanto para quem está abrindo um negócio quanto para quem está ampliando o empreendimento ou entrando em outros ramos de atuação. 

Mas é importante destacar que esse planejamento não elimina os riscos, mas ajuda a evitar que erros sejam cometidos pela falta de análise, com isso diminuindo as incertezas do seu negócio.

Ele ajuda principalmente:

  • Organizando as ideias ao iniciar um novo empreendimento;
  • Orienta na expansão de empresas já em atividade ou na mudança de ramo de atuação;
  • Apoia a administração do negócio, seja em seus números e em estratégias;
  • Facilita a comunicação entre sócios, investidores, funcionários, clientes, fornecedores e parceiros;
  • Ajuda na captação de recursos, sejam eles financeiros, humanos ou até em parcerias.

Hoje em dia, várias empresas contratam consultores experientes para elaborar estudos que compõem esse documento. 

Porém, eu vou te ensinar como fazer, em apenas 8 etapas, tudo de uma forma completa e não apenas apresentando tópicos como a maioria dos textos oferecem.

Então, vamos começar a explicar sobre cada um deles.

Conversa entre vendedor e cliente

1ª Etapa – Sumário Executivo

Antes de começar a explicar sobre essa primeira etapa, quero dar um toque que, por mais que o Sumário Executivo seja o primeiro item, ele será finalizado somente quando você completar todos os outros itens com informações. Pois, nele, você vai resumir:

1.1 – Descrição completa do seu empreendimento

A descrição completa do seu empreendimento e o diferencial dele no mercado como:

  • o que é o negócio (o que você faz e qual é seu ramo de atuação);
  • quais são os principais produtos e/ou serviços;
  • quem serão seus principais clientes;
  • onde será localizada a empresa;
  • qual será sua área de abrangência e atendimento;
  • qual será o montante de capital a ser investido;
  • qual é a previsão do faturamento mensal;
  • qual lucro espera obter do seu negócio;
  • em quanto tempo espera que o capital investido retorne, o chamado payback; 

1.2 – Dados dos empreendedores com a experiência profissional e suas atribuições no negócio

Também no sumário, você terá os dados dos empreendedores, com a experiência profissional e suas atribuições no negócio

Para isso, faça uma breve apresentação dos perfis, destacando seus conhecimentos, habilidades e experiências anteriores. Mas pense em como será possível utilizar isso a favor do seu empreendimento. 

É importante destacar nesta parte as aplicações e funções que cada sócio terá no dia a dia. Por isso, uma dica que dou é escolher bem seus sócios, porque eles precisam ter objetivos próximos aos seus, capacidades complementares, expectativas de pró-labores semelhantes, além de uma divisão de tarefas equivalentes, ausência de restrições no nome bancárias ou em órgãos gestores como Receita Federal, INSS, Secretaria da Fazenda e outros.

E, principalmente, se eles terão disponibilidade física e financeira compatível com a sua, pois caso contrário irá ter problemas de relacionamento quando colocar em prática. Fica a dica!

1.3 – Quais produtos e serviços serão ofertados

Outro item importante nesta etapa é a definição de quais produtos e serviços serão ofertados pelo seu negócio. 

É um passo importante para saber como você conseguirá rentabilizar sua empresa e quais itens no seu portfólio serão os principais em volume de vendas, que trarão mais rentabilidade, os que serão complementares, os que serão por venda de impulso e os que serão diferenciais perante a concorrência.

1.4 – Mercado de atuação e setores de atividade

É importante nesta etapa definir o mercado de atuação e setores de atividade como: 

  • A Agropecuária, onde os negócios têm como atividade principal o agronegócio com plantio ou criação de animais, ou a comercialização destes itens.
  • A Indústria, onde o foco é transformar matérias-primas em produtos acabados, com auxílio de máquinas ou manualmente. Esse setor abrange desde o artesanato até a moderna produção de instrumentos eletrônicos.
  • O Comércio, que são as empresas que vendem mercadorias diretamente ao consumidor quando varejista ou aquelas que tem como atuação comércio atacadista para distribuir para empresas e revendedores.
  • A Prestação de serviços, que são as empresas cujas atividades não resultam na entrega de mercadorias e, sim, no oferecimento do próprio trabalho.

 

 

 

 

1.5 – Localização da empresa e sua abrangência de atendimento

Não podemos deixar de colocar como item importante a localização da empresa e sua abrangência de atendimento. Pois é importante prever investimento nos locais destinados ao negócio e a parte logística de transportes para distribuição de produtos, funcionários, fornecedores e clientes.

1.6 – Missão

É importante introduzir nesta etapa também a Missão da empresa para com o mercado. É a razão de sua existência hoje e representa o seu ponto de partida, pois identifica e dá rumo ao negócio.

Para definir a missão, basta saber responder às seguintes perguntas:

– Qual é o seu negócio?
– Quem é o consumidor?
– O que é valor para o consumidor?
– O que é importante para os empregados, fornecedores, sócios, comunidade e o mercado?

1.7 – Forma Jurídica e o Enquadramento Tributário

Um dos últimos itens que compõem essa etapa é Forma Jurídica e o Enquadramento Tributário, pois o primeiro passo para que uma empresa exista é a sua constituição formal. Para tanto, é necessário definir sua forma jurídica e ela determina a maneira pela qual ela será tratada pela lei, assim como o seu relacionamento jurídico com terceiros. As formas jurídicas mais comuns são:

Microempreendedor Individual – MEI: pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Sua inscrição é feita gratuitamente pela internet (www.portaldoempreendedor.gov.br).
Empresário Individual: é pessoa física que exerce atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Responde com o seu patrimônio pessoal pelas obrigações contraídas pela empresa.

Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI: é uma empresa constituída por uma única pessoa, titular da totalidade do capital social. A empresa responde por dívidas apenas com seu patrimônio, e não com os bens pessoais do titular.

Sociedade Limitada: é uma empresa onde a sociedade é composta por, no mínimo, dois sócios, pessoas físicas ou jurídicas. A responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor de suas cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

No Brasil, empresas com CNPJ ativo precisam, obrigatoriamente, se encaixar em um modelo de enquadramento de tributo.

Por isso, vou te explicar de forma rápida cada um deles. Sendo o mais comum o Simples Nacional – que é um modelo tributário que foi previsto por lei, e que tinha a ideia de criar um modelo simplificado e econômico de cobrança para facilitar o pagamento dos impostos para pequenas empresas.

Já o Lucro Presumido – que também é um modelo de tributação mais simplificado, mas funciona de maneira bem diferente do Simples Nacional, pois nesse caso, é a Receita Federal que determina a base de cálculo dos impostos da pessoa jurídica sobre o lucro da empresa.

Por fim, o Lucro Real – ele é muito parecido com o Lucro Presumido, mas é um modelo de enquadramento tributário que se baseia no lucro obtido pela sua empresa durante o ano. Nesse caso, ele se torna uma ótima opção para pequenas empresas, pois fatura os tributos conforme o real lucro da empresa.

Nesta parte do Plano de Negócios é muito importante ter um apoio de um profissional especializado em tributos e contabilidade para que seja feito a escolha certa da abertura da empresa como também do enquadramento tributário.

E por último e não menos importante nesta etapa é descrever o Capital social e a fonte de recursos, pois o capital social é representado por todos os recursos como dinheiro, equipamentos, ferramentas e outros colocados pelos sócios proprietários para a montagem do negócio. Caso você escolha ter uma sociedade, será preciso determinar o valor do capital que cada sócio irá investir e o seu percentual.

Já a fonte de recursos é onde você irá determinar de que maneira serão obtidos os recursos para a implantação da empresa. Para o início das atividades, você pode contar com recursos próprios que envolvem a aplicação por parte dos proprietários de todo o capital necessário para a abertura da empresa. Pode contar também com a utilização de recursos de terceiros, compreendendo desde a busca por investidores ou até de empréstimos junto a instituições financeiras.

 

2ª Etapa – Análise de Mercado

Com a análise de Mercado, você vai entender quem são seus clientes e como está a concorrência. Esta é uma das partes fundamentais do seu planejamento e da sua pesquisa, pois através dela irá compreender melhor os aspectos importantes do mercado no qual você irá atuar.

2.1 – Estudo de Clientes

Começamos falando sobre o Estudo de Clientes, e esta é sem sombra de dúvidas uma das etapas mais importantes da elaboração do plano de negócios. Afinal, sem clientes não há negócios e os clientes não compram apenas produtos, mas sim, soluções para algo que precisam ou desejam.

Por isso, identificar essas soluções é vital para conhecê-los melhor. Para te ajudar a entender como buscar essas informações, separei 4 passos e algumas perguntas para ajudar a identificar esse perfil.

1º passo: Perguntas para identificar as características gerais dos clientes
Se forem pessoas físicas
Qual a faixa etária deles?
Na maioria são eles são homens ou mulheres?
Eles possuem uma família grande ou pequena?
Qual é o trabalho deles?
Quanto eles ganham?
Qual é a escolaridade deles?
Onde moram?
Se foram pessoas jurídicas (outras empresas)
Em que ramo atuam?
Que tipo de produtos ou serviços oferecem?
Quantos empregados possuem?
Há quanto tempo estão no mercado?
Possuem filial? Onde?
Qual a sua capacidade de pagamento?
Têm uma boa imagem no mercado?

2º passo: Perguntas para identificar os interesses e comportamentos dos clientes
Que quantidade e com qual frequência compram esse tipo de produto ou serviço?
Onde costumam comprar?
Que preço pagam atualmente por esse produto ou por um serviço similar?

3º passo: Perguntas para identificar o que leva essas pessoas a comprar
Eles compram por conta do preço?
Eles buscam qualidade dos produtos e/ou serviços?
Eles buscam por marcas de preferência?
Eles buscam por prazo de entrega?
Eles buscam pelo prazo de pagamento?
Ou eles compram por conta atendimento da empresa?

4º passo: Perguntas para identificar onde estão os seus clientes
Qual o tamanho do mercado em que você irá atuar?
É apenas sua rua?
Ou seu bairro?
Ou na sua cidade?
Atende sua região?
Todo o Estado?
O País todo?
Atende outros países?
Mas seus clientes encontrarão sua empresa com facilidade?

Após você responder essas perguntas, será possível entender melhor seus clientes. E assim faça um resumo com todas as respostas separando todas as etapas para ajudar na diagramação do conteúdo.

2.2 – Estudo de Concorrentes

Agora, é a vez do Estudo dos Concorrentes, pois você poderá aprender lições importantes observando a atuação da concorrência. Por isso procure identificar quem são seus principais concorrentes. E, a partir daí, visite-os e examine suas boas práticas e deficiências. Mas lembre-se de que concorrentes são aquelas empresas que atuam no mesmo ramo de atividade que você e que buscam satisfazer as necessidades dos seus clientes.

Para ajudar, monte uma matriz SWOT para lhe ajudar ou apenas uma planilha colocando as perguntas nas linhas e a sua empresa e os concorrentes como colunas e faça comparações. Mas depois enumere os pontos fortes e fracos em relação a:

Qualidade dos materiais empregados – cores, tamanhos, embalagem, variedade, etc.;
Preço cobrado;
Localização;
Condições de pagamento – prazos concedidos, descontos praticados, etc.;
Atendimento prestado;
Serviços disponibilizados – horário de funcionamento, entrega em domicílio, tele atendimento, aplicativos de delivery e entre outros.;
Garantias oferecidas.

Após fazer essas comparações, tire algumas conclusões respondendo às seguintes perguntas:

Sua empresa poderá competir com as outras que já estão há mais tempo no ramo?
O que fará com que as pessoas deixem de ir aos concorrentes para comprar de sua empresa?
Há espaço para todos, incluindo você?

Se a resposta for sim para essas perguntas, detalhe explicando os motivos dessa afirmação. E, caso contrário, que mudanças na sua empresa devem ser feitas para você concorrer em pé de igualdade com essas empresas? E, após responder para si, materialize essa informação em texto para deixar mais claro e nítido para quem for estudar seu plano de negócios.

2.3 – Tendência de Mercado

Tendências de mercado são hábitos de consumo que estão determinando oportunidades a nichos de mercado a serem explorados com grande potencial de crescimento. Portanto é importante analisar se o seu negócio está dentro do que é tendência e para isso é preciso estudar os hábitos dos consumidores como descrevi no item estudo de clientes.

Se o seu negócio for algo que está na tendência e no hábito do seu cliente, é importante descrever detalhadamente os motivos para que seu negócio decole com essas oportunidades. Pois se você estiver bem posicionado nas tendências, sua empresa estará no caminho certo.

2.4 – Situação de Mercado

Estude de maneira aprofundada como está seu mercado no cenário atual e, principalmente, se tem demanda ou clientes suficientes para que você e seus concorrentes vendam.

Pois um mercado com demanda sem muita oferta ou em crescimento é um quadro animador para investimentos. Caso contrário, um mercado estagnado com concorrentes bem posicionados será um grande risco para o seu negócio.

2.5 – Estudo dos fornecedores

E por último e também não menos importante é o estudo dos fornecedores que compreende todas as pessoas e empresas que irão fornecer as matérias-primas, manutenção dos equipamentos utilizados para a fabricação ou venda de bens e serviços. Inicie o estudo dos fornecedores levantando por área de atuação na sua empresa como:

fornecedores de equipamentos, ferramentas, móveis, utensílios, matérias-primas, embalagens, mercadorias e serviços.

Relações de fornecedores podem ser encontradas na internet (Google) e em feiras do setor. Por isso, posso lhe garantir que um bom fornecedor tem um peso equivalente ao de um cliente, pois ambos poderão lhe trazer lucros. Portanto, mantenha um cadastro atualizado desses fornecedores e busque sempre novos.

Mas leve em conta questões como: preço, qualidade, condições de pagamento e o prazo médio de entrega. Porque essas informações serão úteis para determinar o investimento inicial e as despesas do negócio. E, preenchendo o quadro de estudo dos fornecedores, você terá uma melhor visão de quem são e de como atuam seus fornecedores.

3ª Etapa – Plano de Marketing

É agora que o show acontece e por isso separei em 5 itens essa etapa do Plano de Negócios.

3.1 – Descrição dos principais produtos e serviços

Neste item você deve descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou os serviços que serão prestados para seu cliente. Por isso, informe quais as linhas de produtos, mas especificando detalhes como tamanho, modelo, cor, sabores, embalagem, apresentação, rótulo, marca, etc. Se necessário, fotografe os produtos e coloque as fotos como um catálogo na documentação de apoio ao final do seu plano de negócio.

Para empresas de prestação de serviços, informe quais serviços serão prestados, suas características e as garantias oferecidas.

Lembre-se de que a qualidade do produto ou serviço é aquela que o consumidor enxerga, e não a que você pensa ter. Tanto que, quando decidir melhorar um produto ou um serviço, pense sempre sob o ponto de vista do cliente e não do custo, margem de lucro ou preferências pessoais.

3.2 – Precificação

Saiba que preço é a quantidade de dinheiro que um consumidor está disposto a pagar pelo que você irá oferecer, e não o quanto gostaria de receber pelo que está ofertando, pois senão poderá cobrar errado tanto a mais quanto a menos.

A determinação do preço deve considerar os custos do produto ou serviço e proporcionar o retorno desejado, mas tem que ser enquadrado na percepção do valor que o cliente consumidor está disposto a investir. E, para avaliar o quanto o consumidor está disposto a pagar, você pode verificar se seu preço será compatível com aquele praticado no mercado pelos concorrentes diretos.

3.3 – Estratégias promocionais

Promoção é toda ação que tem como objetivo divulgar, apresentar, informar, convencer ou lembrar os clientes de comprar os seus produtos ou serviços e não os dos seus concorrentes.

Para entender melhor relacionei algumas estratégias que você poderá utilizar para divulgar sua empresa e colocar no Plano de Negócios, mas apenas separei em ações Online e Offline.

Online
Website;
Inbound Marketing;
Redes sociais;
Blog;
Automação de e-mails;
Vídeos;
E-books e infográficos;
Outbound Marketing;
Anúncios em redes sociais;
Anúncio nos buscadores como Google Ads;
Divulgação com influenciadores digitais.
Offline
Propaganda em rádio, TV, jornais e revistas;
Amostras grátis;
Mala direta, folhetos e cartões de visita;
Catálogos;
Carro de som e faixas;
Brindes e sorteios;
Participação em feiras e eventos.

Determine de que maneira você irá divulgar seus produtos, pois todas as formas de divulgação implicam em investimentos. E, por isso, descreva suas estratégias e leve em conta o retorno dessa estratégia, seja na imagem do negócio, no aumento do número de clientes ou no acréscimo da receita.

Existem diversos tipos de divulgação. Use a criatividade para encontrar as melhores maneiras de divulgar seus produtos ou, então, observe o que seus concorrentes fazem.

3.4 – Estrutura de comercialização

A estrutura de comercialização diz respeito aos canais de distribuição por onde e como seus produtos e serviços chegarão até os seus clientes. Para isso, a empresa pode adotar uma série de canais para isso, como: vendedores internos e externos, representantes, loja virtual e televendas.

Para chegar nessa relação recomendo que reflita sobre quais serão os meios mais adequados para se alcançar os clientes e para isso, pense no tamanho dos pedidos, na quantidade de compradores e, principalmente, no comportamento do seu cliente, ou seja, como é o hábito dele comprar. Seja presencialmente, por meios digitais como e-commerce e aplicativos, ou apenas por telefone ou WhatsApp.

3.5 – Localização do negócio

Neste momento, você deve identificar a melhor localização para a instalação do seu negócio e justificar os motivos da escolha deste local. E, por isso, a definição do ponto está diretamente relacionada com o seu ramo de atividade.

Leve em consideração que um bom ponto comercial é aquele que gera um volume razoável de vendas. Por isso, se a localização é fundamental para o sucesso de seu negócio, para ajudar na escolha analise os seguintes aspectos.

Analise o contrato de locação, as condições de pagamento e a vigência do aluguel do imóvel para não fazer grandes investimentos e ficar na mão;

Verifique as condições de segurança da vizinhança e converse com eles sobre possíveis problemas eles passam;

Observe a facilidade de acesso, o volume de ruído, as condições de higiene e limpeza e a existência de locais para estacionamento;

Fique atento para a proximidade dos clientes que compram seus produtos e o fluxo de pessoas na região;

Lembre–se de certificar da proximidade de concorrentes;

Avalie a proximidade dos fornecedores, pois isso influencia no prazo de entrega e no custo do frete;

Visite o ponto pelo menos três vezes, em horários alternados, para verificar o movimento de pessoas e de veículos no local.

4ª Etapa – Plano Operacional

A etapa do plano operacional é o momento em que você começa a distribuir os setores da sua empresa, a sua capacidade de produção e vendas e o número de funcionários que são necessários para tornar tudo isso possível.

4.1 – Layout ou arranjo físico

Caso você tenha lojas físicas ou um local específico para o gerenciamento do seu negócio, um bom layout é essencial.

O Layout é basicamente um planta arquitetônica em que você divide seus setores, como estoque, área de atendimento e produção, além das áreas de circulação.

Nessas áreas de circulação, lembre-se da acessibilidade, por exemplo.

Por isso, o ideal é contratar um profissional qualificado para ajudá-lo nessa tarefa. Se isso não for uma possibilidade, faça você mesmo um esquema simples, distribuindo no projeto as áreas da empresa, os equipamentos, móveis e as pessoas de forma racional e sensata.

4.2 – Capacidade produtiva, comercial e de serviços

Fique de olho em quanto você pode produzir e qual a demanda que você pretende atender.
Um bom planejamento dessa estrutura de atendimento permite menos desperdício de tempo e materiais.

4.3 – Processos operacionais

Dentro dos processos operacionais, registre como a empresa irá funcionar.

Descreva as várias atividades planejadas, etapa por etapa. Por exemplo, como será a fabricação dos produtos, a venda de mercadorias, a prestação dos serviços e, até mesmo, as rotinas administrativas.

Não se esqueça de designar a quantidade de materiais, equipamentos e os profissionais necessários para as atividades.

4.4 – Necessidade de pessoal

A última etapa de planejamento operacional se refere justamente aos seus profissionais.
Defina quais são as pessoas necessárias para manter o negócio, incluindo sócios, funcionários e mão de obra.

5ª Etapa – Plano Financeiro

O plano financeiro demanda um pouco mais de atenção dentro do seu plano de negócios. Afinal, é nele que você vai definir o seu investimento total para que ele comece a funcionar e consiga se sustentar a longo prazo.

Mas definir o investimento logo total logo de cara é impossível, você primeiro precisa dividi-lo em três tópicos:
investimentos fixos;
capital de giro;
investimentos pré-operacionais.
Vamos começar definindo cada um deles e como chegar aos seus valores.

5.1 – Investimentos fixos

O investimento fixo é feito a partir de uma estimativa dos gastos com os bens que você deve comprar para que seu negócio possa funcionar de maneira apropriada.

Nesse sentido, você precisa considerar as coisas básicas, como máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos, caso necessários.

Os investimentos fixos são basicamente a somatória de todos esses itens, além de outros que podem entrar posteriormente, como o custo de aluguel.

5.2 – Capital de giro

O capital de giro é essencial para definir os recursos necessários para o funcionamento normal da empresa, especialmente durante os seus primeiros meses.

É um montante que você precisa deixar reservado para o pagamento de fornecedores e melhor controle dos seus estoques e do prazo de pagamento de pedidos.

Podemos separar o total do capital de giro em duas partes: o investimento no estoque inicial e o investimento chamado de “caixa mínimo”.

5.2.1 – Estoque inicial

O estoque inicial é composto pelos materiais que você utiliza para a fabricação de seus produtos ou pelas mercadorias que você pretende revender.

Aqui, você fica responsável por definir quantidades tendo em mente a sua capacidade de produção, o tamanho do mercado e o potencial de vendas da empresa.

5.2.2- Caixa mínimo

O valor de caixa mínimo representa o valor em dinheiro que a empresa precisa ter disponível para cobrir os seus custos até que o dinheiro financiado de clientes entre no caixa.

É nessa reserva inicial que você precisa saber balancear o montante a ser recebido dos clientes e o montante a ser pago para os fornecedores, a medida em que também mantém os estoques renovados.

A partir desses aspectos, deve ser feito o cálculo médio, em dias, de quanto tempo esse caixa mínimo precisa cobrir:

O prazo médio de recebimento do dinheiro das vendas;

O tempo de estoque, que leva em conta desde a produção de um produto até a sua venda;

O prazo médio de compras de fornecedores.

Assim que você tiver um prazo em dias, você pode obter o valor do caixa mínimo em reais, obtido ao multiplicarmos a necessidade líquida de capital de giro em dias pelo custo total diário da empresa.

5.3 – Investimentos pré-operacionais

Compreende as despesas antes do início das atividades, como os documentos de legalização, divulgação, obras e reformas e outros.
É basicamente a soma de todos os valores, desde gastos com pintura até o treinamento da equipe.

5.4 – Investimentos total

Se você fez tudo certo até aqui, o investimento total é basicamente a somatória dos valores dos investimentos dos itens anteriores.

Para obter o total, some os recursos necessários para investimentos fixos, capital de giro e investimentos pré-operacionais. Mas lembre-se de deixar claro quais recursos são próprios e quais serão obtidos de terceiros, como instituições financeiras.

5.5 – Estimativa do faturamento mensal da empresa

Talvez, essa seja uma das tarefas mais difíceis para quem ainda não deu início às atividades.

Para encontrar essa estimativa, é preciso ver dados da sua própria empresa, como a quantidade de produtos que serão oferecidos, e cruzá-los com uma pesquisa de concorrência e de mercado.

Considere os preços praticados e as vendas aproximadas da concorrência junto ao levantamento de quanto os seus potenciais clientes estão dispostos a pagar.

5.6 – Estimativa do custo unitário de matéria-prima, materiais diretos e terceirizações

A estimativa de materiais inclui a matéria-prima e as embalagens necessárias para cada unidade fabricada.

Separe tabelas que detalham esses custos para cada um dos produtos e serviços que você busca oferecer.

São gastos que podemos considerar variáveis, não apenas dentro do portfólio de produtos, mas também com os fornecedores. Por isso, precisam de constante revisão.

5.7 – Estimativa dos custos de comercialização

Nessa etapa do plano financeiro, você deve registrar os gastos com impostos – federais, estaduais e municipais – e comissões para vendedores e representantes, gastos com propaganda e taxas de cartão.
Como é uma despesa diretamente ligada ao número de vendas, também é uma despesa variável.

5.8 – Apuração dos custos dos materiais diretos e/ou mercadorias vendidas

Aqui, eu preciso ensinar duas siglas:

CMD: custos com materiais diretos, que é utilizado para produtos industriais;
CMV: custo das mercadorias vendidas, que é calculado para produtos de comércio.
Bom, a nomenclatura é diferente em casos de indústria e de comércio, mas é essencialmente o mesmo cálculo.
O custo dos materiais diretos ou das mercadorias vendidas representa o valor que deverá ser baixado dos estoques assim que uma venda é efetuada.
Para calculá-lo, basta multiplicar a quantidade estimada de vendas, em unidades, pelo seu custo de fabricação ou aquisição.

5.9 – Estimativa dos custos com mão de obra

A estimativa dos custos com mão de obra não depende apenas de definir quantos profissionais contratar e o salário de cada função. Não se esqueça dos encargos sociais, como o FGTS, férias, 13º salário, etc.

Pesquise muito bem sobre a situação do mercado e o percentual relativo a esses encargos sociais, antes de somar tudo e obter o total de salários.

5.10 – Estimativa do custo com depreciação

O custo com depreciação tem a ver com a perda do valor dos seus bens devido ao uso.

Para fazer um negócio funcionar, são necessários equipamentos, máquinas e ferramentas, e todos eles acabam se desgastando e se tornando ultrapassados ao longo dos anos.

Por isso, você deve calcular a estimativa através dos seguintes passos:

Pegue a tabela que você fez na etapa de investimentos fixos, com todos os seus bens;
determine o tempo médio de vida útil (em anos) de cada um deles;
divida o valor do bem pela sua vida útil em anos para saber o valor anual da depreciação e depois por 12 para saber a depreciação mensal.

5.11 – Estimativa dos custos fixos operacionais mensais

Os custos fixos não variam em função do volume de produção mensal, diferente da maioria das outras estimativas feitas até então.

São as despesas que você precisa pagar, independente do andamento do seu negócio, como aluguel, contas de luz e energia, salário e etc.

No arquivo que eu vou disponibilizar para vocês baixarem tem uma lista básica bem completa sobre esses gastos, é só preencher e somar os valores.

5.12 – Demonstrativo de resultados

Após reunir todas essas estimativas de faturamento e os custos totais (fixos e variáveis), você consegue prever quais resultados a empresa pode ter, se ela vai operar com lucro ou prejuízo.

5.13 – Indicadores de viabilidade

Existem 4 indicadores de viabilidade que você pode calcular com as informações que você foi listando até aqui. Vamos conhecer cada um deles.

5.13.1 – Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio representa o quanto sua empresa precisa faturar para pagar todos os seus custos em um determinado período, relacionando a sua receita total com os valores de custos variáveis e fixos.

5.13.2 – Lucratividade

O indicador de lucratividade é bem autoexplicativo. Você deve precisa relacionar a sua receita total com o lucro líquido que você obteve no período. Por exemplo, se a sua empresa teve uma receita de 100 mil em um ano, com um lucro de 8000 reais, a lucratividade do seu negócio foi de 8%.
Lembre-se que esse valor de 8000 reais já levaria em consideração impostos e despesas.

5.13.3 – Rentabilidade

O indicador de rentabilidade representa a atratividade do seu negócio. Afinal, ele mede o retorno do capital investido aos sócios.
É calculada a partir do lucro líquido em relação ao investimento total, e o quanto desse valor investido pode ser recuperado ao ano, por exemplo.

5.13.4 – Prazo de retorno do investimento

Da mesma forma que a rentabilidade, também é um indicador de atratividade. Indica o tempo necessário para que o empreendedor recupere o que investiu em seu negócio.

6ª Etapa – Construção de Cenários

Com o seu plano de negócios concluído, é a hora de você começar a testá-lo.
Simule valores e situações diversas para a empresa, dos melhores aos piores. Prepare cenários onde o negócio obtenha resultados pessimistas, como a queda nas vendas e aumento dos custos.

Prepare outros cenários que sejam otimistas, como o crescimento do faturamento e redução de despesas.

A partir desses dois cenários, pense em estratégias para manter os lucros e o crescimento e em outras estratégias para contornar problemas.

Lembre-se que todo negócio leva um tempo para engrenar e você, como empreendedor, precisa ter uma visão mais voltada para longo prazo e menos imediatista.

Para ajudar a elaborar esses cenários, baixe o arquivo que eu disponibilizei e descubra o que você deve considerar, como receita, impostos e os possíveis prejuízos.

7ª Etapa – Avaliação estratégica

Um instrumento de análise simples e valioso é a matriz SWOT — ou FOFA, caso a sigla seja traduzida.

Ela é um acróstico para as seguintes palavras no inglês: strengths, weaknesses, opportunities e threats.

Em português: forças, oportunidades, fraquezas e ameaças.

Vamos entender melhor cada um desses pontos.

A matriz SWOT ou FOFA

A análise SWOT levará você a considerar os aspectos favoráveis e desfavoráveis do negócio, dos seus proprietários e do mercado.

Cada uma das palavras costuma ser organizada em uma tabela com quatro espaços, sendo a primeira coluna de fatores positivos, das forças e oportunidades. Já as fraquezas e ameaças compõem a coluna de fatores negativos.

As forças e fraquezas são sempre fatores internos da sua empresa, como qualificação de funcionários ou rede de atendimento. Enquanto as oportunidades e ameaças são fatores externos, como por exemplo financiamentos e impostos.

8ª Etapa – Avaliação do Plano de Negócios

A 8ª etapa, na verdade, é uma atividade contínua e recorrente.

O plano de negócios é uma ferramenta que você elabora para funcionar como se fosse um mapa para a trajetória do seu empreendimento. Pode e deve ser sempre consultado para tomar decisões de ampliação e manutenção da sua marca.

Por isso, avalie cada uma das informações e lembre-se de que o plano de negócios tem como objetivo ajudá-lo. Adaptar essas informações de acordo com as mudanças do mercado é sempre essencial.

O plano de negócios, apesar de não ser a única garantia de sucesso, ajuda a seguir em rumo aos seus objetivos, com menos riscos e dificuldades.

Se você ficou com alguma dúvida, me conta nos comentários abaixo ou me chama no meu Instagram.
Até a próxima!